sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Meditação do Guia Pastoral

Abaixo segue na íntegra a meditação bíblica do nosso guia pastoral, Rian Miranda, enviada para o I Retiro Espiritual deste corrente ano.

 Prezados irmãos pastorais, saúdo-vos com a graça e a paz de Deus, nosso Pai.

            É com alegria que hoje nos reunimos para vivenciarmos o primeiro retiro espiritual deste ano que tem como tema central de meditação ‘Vós mesmos sois a nossa carta, escrita em nossos corações’. Que este encontro de aprofundamento nos seja propício, que ele nos enriqueça, que ele, sobretudo, renove a nossa fé e a nossa esperança.

            As palavras do Apóstolo Paulo, contidas nos versículos 1 ao 11 do capítulo 3 de sua segunda epístola aos Coríntios, são de natureza tão bela e profunda, as quais nos fazem refletir sobre nossa missão de discípulos e missionários de Jesus Cristo.

            Suas primeiras palavras nos levam a pensar sobre a vaidade como também da acomodação dos cristãos. A vaidade fita os nossos olhos tão somente nos elogios que receberemos da comunidade por causa das nossas ações, ou mesmo nos elogios que nós nos atribuímos a fim de engrandecer as nossas obras e torna-las vistosas à sociedade a fim de que elas as aplaudam. O verdadeiro missionário deve sempre fugir da vaidade, do orgulho, dos aplausos, dos elogios que muitas vezes ofuscam nosso olhar para a simplicidade da fé e do serviço. Nossas ações de agentes que levam a Palavra de Deus devem ser de ordem gratuita, sem espera de recompensa e reconhecimento daqueles a quem, por meio das ações pastorais, nós servimos. A verdadeira recompensa, oriunda do próprio Deus, se apresenta no anonimato, no despojar-se, no servir sem esperar.

            A comodidade se é bem vista na vida de muitos cristãos. Todos conhecem os seus deveres de anunciadores da graça, entretanto, muitos se obstinam de suas missões esperando que outrem as façam ou mesmo se paralisam à espera de recomendações. Deus sopra em cada um de nós e nos concede dons e carismas para que O possamos servir! Não cruzemos os nossos braços esperando que outros cristãos façam a tarefa de evangelizar se também e nosso dever; talvez aqueles que esperamos não realizem as obras e, assim, a comunidade permanecerá sedenta da Palavra de Deus que reluz em obras, palavras, atitudes e vidas. Tenhamos iniciativa! Sejamos os primeiros a inovar, a servir, a despojar-se! Não permitamos que o tempo escape de nossas mãos sem termos produzido frutos! Não esperemos que alguém recomende nossas ações pastorais, mas supliquemos constantemente a Deus que Ele mesmo nos inspire e nos impulsione a servir.

            ‘Nós mesmos somos as cartas de Deus’ (cf. II Cor 3,2), escritas no Coração do Altíssimo para que os homens dos nossos tempos possam ler o amor do Pai. Não fomos escritos com tintas, com convicções humanas, com razão dos homens, mas ‘fomos escritos com o Espírito de Deus vivo’ (cf. II Cor 3,3), Espírito este que nos santifica, nos purifica, nos renova, nos fortalece, nos enriquece com virtudes e dons. Deus quer fazer de nós suas epístolas, suas cartas direcionadas às famílias de nossa comunidade, Ele quer escrever em nossos corações o seu incondicional e imensurável amor, um amor que cura, um amor de salva, um amor que liberta, um amor que restaura, um amor que une e gera paz. Deus quer escrever em nossas vidas o seu perdão que é inesgotável, a sua compaixão que é eterna, sua fraternidade que é luz, a sabedoria divina que é vida, a tolerância e o respeito que são primícias da paz! Abramo-nos, portanto, e permitamos que seu Espírito, ‘que atua na brisa leve e suave (cf. II Rei 19,11-13), faça de nós fidedignas cartas que possam ser lidas por nossas famílias.

            Não deixemo-nos tornar cartas produzidas pela sapiência racional dos homens e por seus conceptismos que em muitas ocasiões negam a grandeza de Deus. Não permitamos que em nós sejam escritas frases de ordens de leis que escravizam, escandalizam, excluem, enfadam e matam os filhos de Deus. Sejamos a voz do Altíssimo!

            Contudo, de nada vale deixarmo-nos ser escritos por Deus e fecharmo-nos, guardando-nos em gavetas empoeiradas. É necessário que as cartas, que somos nós, sejam encaminhadas aos receptores necessitados, que sejam abertas e lidas por todos, sem acepção de pessoas.

            Assim como nós temos o maior zelo possível ao escrevermos uma carta para quem muito estimamos ou amamos, também o sejamos com nós mesmos, cartas de Deus. Não obstante, jamais atribuamos os frutos das palavras contidas em nós à bem-feitoria de nossas mãos, intelectualidade, conceitos particulares e esforços do nosso corpo, afinal ‘nossa capacidade vem de Deus. Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança’ (II Cor 3,5-6).

            Que nossa Pastoral Familiar seja uma coletânea de cartas verdadeiras de Deus. Que ao longo deste ano da graça do Senhor possamos nos abrir a fim de que muitos possam ler em nós a mensagem do Evangelho, possam ver em nós os ensinamentos de Jesus que apregoavam em todos o perdão, a compaixão, o respeito, a fraternidade, o serviço, a humildade, o amor, ‘sobretudo o amor’ (cf. I Cor 13,13).

            Despeço-me rogando a todos vós, caríssimos irmãos pastorais, as mais copiosas e fecundas bênçãos de Deus.


Pax et bonum!


Rian Miranda Arruda de Carvalho Barros
Guia Pastoral

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